Amando um Roqueiro – X

Amando um Roqueiro – X

George acelerou o carro e em questão de minutos estávamos no condomínio de Katia falamos com o porteiro e rapidamente subimos as escadas abri a porta e la estava minha amiga em prantos corri e a abracei. Estava tremendo, me abraçou e chorou, chorou muito.

_ Katia, esta tudo bem? Precisa de alguma coisa?

Pergunta George.

 Tentando se recuperar Katia me solta limpa seu rosto, agradece George por me levar la, mas diz que esta bem só precisa conversar comigo que depois explica o que esta acontecendo, eu digo a ele que pode ir afinal ele vai se atrasar para o trabalho e que depois converso com ele. Katia o agradece novamente e George vai embora.

_ O que houve amiga?

_ ela foi embora!

Diz Katia voltando a chorar.

_ Quem? A Carina? Porque o que aconteceu?

_ Nos brigamos de novo ela pegou as coisas dela e foi embora.

_ Calma Katia, isso já aconteceu antes logo ela vai se acalmar e vai voltar. Sabe que ela não se da com a mãe dela.

_ Ela não foi para a casa da mãe dela Edu, ela foi embora com o Paulo.

_ Amiga, tem pouco tempo que eles estão juntos acha que isso vai vingar? Uns dois três dias ela esta de volta.

_ Não sei amigo, ela esta diferente e o Paulo... o Paulo não é um zero a esquerda feito o Davi ne?

_ Já vai começar amiga? Você não perde uma oportunidade hem?

_ Estou falando sério, amigo! O que o Davi ia fazer? Levar a Carina para morar com vocês, mais uma para comer nas suas costas, viver das músicas que ele toca sem um real no bolso? O Paulo ja a levou para um apartamento que ele paga, trabalha, já deu roupa... Eu perdi amigo.

_ Mas Katia... ela é hetero, você sabe, vocês duas nunca iam ficar juntas de verdade.

_ Eu sei porra! Mas pelo menos aqui eu podia ver ela... Não sei como você faz isso, como você aguenta.

_ Acha que não me doi? Acha que eu não sinto raiva quando vejo o Davi com alguma garota? Minha vontade é de ir la, jogar elas longe abraçar ele e...Mas sei que isso nunca vai acontecer, e prefiro ver ele sendo feliz com alguma garota do que nos dois infelizes e tristes.

_ E o George?

_ O que tem o George?

_ O que vocês estavam fazendo juntos a essa hora?

_ Juntos? Quem? Eu e o... George?

_ È, o senhor e George, juntos ele quem te trouxe não foi? Você chegou rápido.

_ Ele me trouxe da faculdade.

Disse eu vermelho de vergonha. Katia olhou o celular e disse me mostrando as horas e rindo.

_ Você saiu mais tarde ou estavam fazendo outras coisinhas?

_ Bom pelo menos você esta rindo, sinal que já esta melhor.

_ Estou péssima amigo, estou destroçada por dentro.

_ Amiga talvez seja melhor assim, sei la você da a volta por cima encontra outra, uma garota que você possa namorar, que vá te fazer feliz.

_ Igual você e o George?

_ Eu não tenho nada com o George.

_ Não? Vai começar a esconder as coisas de mim é?

_ Para, vou para meu apartamento o Davi já deve estar preocupado.

_ Aham deve mesmo.

Meu celular faz sinal de recebendo mensagem.

_ Deve ser ele.

Olho e é George perguntando se esta tudo bem. Respondo a mensagem dizendo que sim que foi só um caso de coração partido e que iria ficar tudo bem.

Sem perceber um leve sorriso brota de meus lábios ao ler a mensagem, mas como sempre nada passa despercebido por Katia.

_ Aff serio que você vai ficar todo felizinho por conta de uma mensagem deste garoto?

Critica revirando os olhos minha amiga.

_ Nossa que mal humor hem? Quer que eu va embora?

_ Não! Não va! Me desculpe!

Diz minha Katia vindo ate o sofá onde eu estava e se sentando me abraçando com segundas intenções claro. A primeira era me adular para que eu não a deixa se e a segunda olhar a mensagem em meu celular.

_ O que? George? A mensagem era do George?

Pergunta toda assustada Katia.

_ Sim! De quem pensou que fosse?

_ Do idiota do Davi, mas claro que aquela ameba nem deve estar sentindo sua falta

_ Serio Katia?

Pergunto com cara feia para minha amiga.

_ Me desculpe sabe que odeio aquele garoto, é mais forte que eu.

_ Ok vou deixar passar so porque esta de coração partido. Mas vamos dormir que hoje meu dia foi puxado.

_ Não quer tomar um banho primeiro?

_ Ate queria, mas estou sem roupa limpa para me trocar.

_ Pode ir então, tem uns trapos do idiot.... quer dizer do Davi aqui ainda.

_ limpos?

_ Claro ne? Eu ia te dar roupa suja daquele garoto? Provavelmente essa ai estaria muito mais limpa que... olha vai la tomar seu banho antes que eu fale demais e você va embora.

Fui tomar meu banho e depois enquanto Katia escovava os dentes mandei mensagem para Davi, que nem visualizou ao contrario de George que já tinha lido e respondido a mensagem que eu havia enviado desejando melhoras a Katia e uma boa noite para mim. Fechei os olhos e a imagem do beijo que demos no carro ficava se repetindo em minha mente eu tentava retirar, mas ela sempre voltava ate eu realmente pegar no sono.

No céu uma enorme lua cheia brilhava eu caminhava por entre arvores e arbustos quando uma neblina vinda de dentro da floresta cobre tudo. Um ar gelado faz meu corpo todo se arrepiar, apresso o passo preciso logo chegar em meu apartamento.

Após caminhar um pouco tentando enxergar algo a minha frente sem êxito por conta da densa neblina tentando iluminar com a lanterna de meu celular que já estava com a bateria quase acabando e sem nenhum sinal para fazer qualquer tipo de ligação começo a escutar meu nome. A princípio parecia vir de longe, uma voz embargada, que ao mesmo tempo que me parecia conhecida era estranha aos meus ouvidos.

_ Quem esta ai? Alguém? Davi é você?

Começo a ouvir uma música que vai aumentando seu volume gradativamente, mas que não vinha do meu celular, sussurros, meu nome. Um arbusto se agita, fico apreensivo. Novamente pergunto quem estava ali, sem resposta, começo a reconhecer a letra da música, como no sonho ou melhor pesadelo anterior era “Bring me to life” da banda Evanescence.

“... How can you see into my eyes like open doors
Leading you down into my core
Where I've become so numb without a soul
My spirit sleeping somewhere cold
Until you find it there and lead it back home…”

Fico olhando o arbusto se mexer quando de repente de dentro dele sai um animal me avançando, mas desvio, não sou atingido pelo animal, porem acabo caindo no chão, assustado com o animal que poderia me atacar novamente me viro e tento encontra lo, mas não o encontro apenas escuto ele fugindo como se tivesse sido atingido por algo, me levanto, pego meu celular e começo a iluminar em volta a procura de algo, agora escuto meu nome e essa voz essa voz é...

Meu celular descarrega a luz da lanterna se apaga, um vento frio sopra e uma silhueta de um homem começa a surgir envolto a neblina que se dissipa.

_ E...du...ardoooo!

_ Pai! Pai? Mas... você... você esta...

Aquilo não era possível não era verdade, meu pai, vestindo o terno com o qual foi enterrado, sujo de terra com algumas flores grudadas nos cabelos e pelo terno, a pele pálida, babando, olhos sem brilho algum. Eu ia andando de costas com as pernas meio que travadas e quanto mais eu me esforçava para sair dali parecia que mais minhas pernas travavam, meu pai se aproximava cada vez mais a música aumentava, um cheiro de podre tomava conta do lugar, meu pai agora gritava com a voz ainda embargada saindo vermes de dentro dela meu nome e xingamentos, meu relacionamento com ele nunca tinha sido fácil, mas aquilo? Aquilo era completamente absurdo. Meu pai consegue pegar em meu braço, me desespero ao sentir seu toque frio em minha pele, o empurro com toda força ele cai e a coisa mais assustadora acontece, seu braço se desprende de seu corpo enquanto sua mão continua a segurar em meu braço ele fica tentando se levantar do chão, esbravejando, me chamando e xingando.

Com medo nojo e raiva desgrudo sua mão de meu braço e a atiro longe, saio correndo e ao olhar para trás vejo ele mancando sem um braço me perseguindo.

_ Isso não é real, não é real, acorda Eduardo, acorda Eduardo!!!!!

Gritava para eu mesmo, na tentativa de sair daquela agonia em vão. Corro o quanto posso, mas percebo que o terreno começa a ficar mais escorregadio, é lama, onde é que eu estou???  No escuro sem saber para onde ir, pisando naquele lamaçal acabo sem querer pisando em um buraco ficando preso, quanto mais tento tirar meu pe, mais preso eu fico, com isso volto a ouvir meu pai me chamar e se aproximar.  Fico ainda mais apavorado, aquela figura grotesca transfigurada em meu pai morto, um zumbi, querendo me fazer mal. Ele esta perto, ele vai me pegar, ele vai me agarrar, seu sorriso maléfico de quem conseguiu pegar sua presa já começa a brotar em seu semblante, me encolho e começo a gritar quando escuto algo ser disparado e acertar bem no peito do zumbi, uma flecha e outra que agora acerta a sua mão, o zumbi ri zombando da tentativa de impedi lo e continua tentando me pegar quando o homem segurando uma besta o qual não consigo ver o rosto pois esta oculto por um chapéu dispara uma outra flecha desta vez bem na testa do zumbi.

_ Ainda não percebeu que estas flechas são inúteis contra mim? Inúteis assim como este meu filho!

Ao terminar esta frase a primeira flecha que o tinha atingido seu peito explode, logo em seguida meu pai agora zumbi olha para sua mão espetada que explode em milhos de pedaços e enquanto grita vejo sua cabeça explodir.

_ Haaaaaaa!

 

Continua...

 

Autor: Mrpr2